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Seminário aborda Tráfico de pessoas e contrabando de migrantes

Assessoria de Imprensa - 26/07/2017 - 18h23min

Seminário discute tráfico de pessoas no Paraná Denuncie, ligue 181 Aconteceu em Curitiba seminário sobre tráfico de pessoas e contrabando de migrantes. O evento foi promovido pela Secretaria da Justiça, Trabalho e Direitos Humanos, Polícia Rodoviária Federal e Ministério Público do Trabalho do Paraná. Durante a abertura do evento, o diretor-geral da Secretaria da Justiça Hatsuo Fukuda falou sobre as ações do Paraná para coibir o tráfico de pessoas, como a criação, em 2016, de um espaço de informação para os migrantes que chegam ao Paraná. A deputada estadual cantora Mara Lima (PSDB), autora do Projeto de Lei nº 259/17 que cria a Campanha Coração Azul, a ser realizada anualmente na última semana do mês de julho, instituindo o dia 30 de julho como o Dia Estadual Contra o Tráfico de Pessoas, parabeniza a iniciativa do seminário, “compreendo que devemos unir forças contra esse grande mal que assola nosso estado, um assunto delicado e importante para a sociedade como um todo, por isso parabenizo a todos os órgãos envolvidos para promover essa discussão”. Para o Superintendente da Polícia Rodoviária Federal do Paraná, Antônio Furtado, o seminário é importante para a união de forças entre as instituições. “Esse não é um assunto fácil de lidar. Precisamos estar preparados para uma abordagem correta, mais assertiva. O Paraná abriga quase 500 quilômetros de fronteira com a Argentina e o Paraguai, precisamos estar preparados para identificar possíveis casos de tráfico de pessoas. E precisamos de apoio de outras entidades governamentais para dar sequência na resolução dos casos encontrados”, explicou. Denúncias De acordo com Silvia Xavier, coordenadora do Núcleo de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas do Paraná, só em 2017 o Núcleo recebeu 80 denúncias de tráfico de pessoas. “Mas nós sabemos que os números, na realidade, são maiores. Muitas pessoas nem chegam a ter consciência de que são vítimas de tráfico, vítimas de exploração. Por isso todo esse trabalho é importante”, reforçou. O Seminário “Tráfico de pessoas e contrabando de migrantes” acontece no auditório da sede da Polícia Rodoviária Federal do Paraná e faz parte da Campanha Coração Azul, em conscientização e combate ao tráfico de pessoas. Mundialmente, a Campanha Coração Azul é organizada pela ONU que estima a existência de 2,5 milhões de pessoas em situação de tráfico humano no mundo. Denúncias podem ser feitas através do site: www.181.pr.gov.br ou pelo telefone 181, a ligação é gratuita e sua identidade é preservada. Exploração Sexual A exploração sexual representa 75% dos casos de tráfico humano, entre eles internacional e nacional. A promotora do Ministério Público, Mariana Bazzo chamou a atenção para o fato de que, na maioria dos casos, esse crime se inicia pelas redes sociais. Essa é a forma mais usual dos traficantes chegarem nas mulheres, e então seduzi-las com ofertas de trabalho e de melhores condições de vida. No entanto, a promotora explicou que, tanto o tráfico de mulheres como a exploração sexual, estão intrinsecamente ligados ao modo diferenciado com que homens e mulheres são tratados. Uma mulher pobre e à margem da sociedade tem chances muito maiores de ser discriminada ao invés de ouvida. Em um cenário onde a cada três crianças traficadas duas são meninas, a questão de gênero precisa ser debatida, e medidas públicas ampliadas. Em 2016, o projeto de Lei 13.344 atualizou a legislação para o tráfico de pessoas. Nele, se prevê expressamente a necessidade de políticas públicas preventivas, e não apenas repressão penal. Papel da PRF De acordo com o Policial Rodoviário Federal Igor de Carvalho explicou o papel da PRF no enfrentamento do tráfico humano. Desvendou conceitos como direitos humanos e consentimento, e reforçou a necessidade de se conhecer o assunto para poder lutar contra ele. Por isso, a PRF possui workshops, oficinas e cursos sobre o tráfico humano, que visam capacitar o Policial Rodoviário à combatê-lo. Ações como essas são importantes porque, além de ensinarem a forma correta de ajudar as vítimas, também reforçam o poder de ações pequenas, que o próprio cidadão pode ter para lutar contra o tráfico. Igor também cita a necessidade do surgimento de políticas públicas que combatam o tráfico. Dentre outros desafios, foram citadas a articulação da rede de enfrentamento e a readequação, tanto orçamentária, como da quantidade do efetivo PRF. Perfil do Aliciador e da vítima De acordo com o Delegado Renato Lima, chefe da Delegacia de Imigração da Polícia Federal/PR, o perfil do aliciador é, “em sua maioria, mulheres, ex-aliciadas e, 97%, são da mesma nacionalidade que as aliciadas, com o intuito de passar confiança a vítima”. Contudo, lembrou, também, o perfil do traficante, “idade entre 30 a 65 anos, com antecedentes criminais, proprietários de casas prostituição, bordeis e claro sinais de riqueza”. O Delegado ainda descreveu o perfil das vítimas: “são mulheres entre 18 a 30 anos, mães solteiras, baixa escolaridade, histórico de prostituição e de violência doméstica e originária da periferia dos grandes centros urbanos”.